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Pagers explodem em todo o Líbano em ataque direcionado a membros do Hezbollah

Uma explosão em sequência de pagers — dispositivos de recebimento de mensagens usados antes da disseminação dos celulares — matou nove pessoas e deixou 2.750 ficaram feridas nesta terça-feira (17) no Líbano. Câmeras de segurança registraram algumas das explosões. 

Os aparelhos que explodiram eram usados por membros do grupo extremista Hezbollah. O Hezbollah e o governo do Líbano acusaram Israel de uma ação coordenada. O governo israelense ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

Segundo a agência árabe Al Jazeera, as explosões dos pagers foram coordenadas e provocadas por explosivos implantados previamente nos equipamentos.

    Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 que se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares. No Brasil, eles ficaram conhecidos como “bipes”.

    Para se comunicar com alguém, a pessoa precisava ligar para uma central telefônica e informar a um atendente para qual número ela gostaria de enviar uma mensagem —o conteúdo deveria ser curto.

    No caso desta terça no Líbano, há a suspeita de que os dispositivos tenham sido hackeadosHezbollah disse que estava apurando as circunstâncias das explosões.

    Os pagers foram detonados em um intervalo de pouco mais de uma hora. Imagens das câmeras de segurança de um supermercado em Beirute registraram o momento de duas dessas explosões: uma de um homem que pagava suas compras no caixa e outra perto de uma bancada de frutas. (Veja no vídeo em destaque)

    Entre os mortos pela explosão dos pagers estão uma menina e dois integrantes do Hezbollah, segundo o grupo extremista. Um dos mortos do grupo era filho de um membro do parlamento libanês, segundo duas fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters –o Hezbollah também é partido político no Líbano.

    De acordo com a Al Jazeera, os pagers foram invadidos e hackeados. Esses dispositivos passaram a ser usados depois que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu a seus combatentes, especialmente os que estão na linha de frente na fronteira sul do Líbano com Israelque parassem de usar smartphones, porque o país vizinho teria tecnologia para se infiltrar nos aparelhos.

    Após as explosões desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.

    O grupo terrorista Hamas, que trava uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza e é aliado do Hezbollah, repudiou as explosões de pagers, às quais atribuiu aos israelenses. O Hamas também chamou o caso de “uma escalada”.

    A Brigada do Hezbollah no Iraque emitiu comunicado em que se colocou à disposição da divisão libanesa do grupo extremista.

    O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse nesta terça que os EUA não estiveram envolvidos nas explosões dos pagers e que o governo americano está reunindo informações sobre o caso.

    Mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas

    Multidão reunida do lado de fora de um hospital em Beirute, no Líbano, após explosões — Foto: REUTERS/Mohamed Azakir

    Multidão reunida do lado de fora de um hospital em Beirute, no Líbano, após explosões — Foto: REUTERS/Mohamed Azakir

    A Cruz Vermelha Libanesa diz que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram enviadas para ajudar na evacuação das vítimas.

    O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos pela explosão de um pager. A informação foi confirmada pela embaixada, que informou que ele ficou levemente ferido, mas está consciente e não está em estado grave.

    Um representante do Hezbollah, que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, afirmou que a detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” a que o grupo foi submetido em quase um ano de guerra com Israel.

    Ramy Khoury, da Universidade Americana de Beirute, acredita que o evento foi “o mais perigoso” para o Hezbollah nos últimos anos.

    “Isso é altamente incomum e realmente preocupante para o Hezbollah e todos os seus aliados no Eixo da Resistência, porque significa que os israelenses têm capacidades, inteligência e ataques dessa natureza muito além do que as pessoas supunham”, ressaltou Khoury à Al Jazeera.

    Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

    Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

    Conflitos entre Israel e Hezbollah se intensificaram

    Os conflitos entre o Hezbollah e Israel se intensificaram com o início da guerra em Gaza, após os ataques do Hamas ao território israelense, no dia 7 de outubro do ano passado.

    Aliado do grupo terrorista da Faixa de Gaza, o grupo libanês disparou mísseis contra o norte de Israel e, desde então, os dois países têm trocado ataques constantes. Milhares de pessoas tiveram que ser deslocadas de cidades e vilas de ambos os lados da fronteira devido às hostilidades.

    A situação piorou após a morte do chefe do Hamas Ismail Hanyieh e também do comandante do Hezbollah Fuad Shukr em Beirute, quando o Irã e os dois aliados prometeram vingança contra o governo israelense.

    Janaam Ávila
    Janaam Ávila

    Sou um entusiasta de informática, tecnologia e inteligência artificial, áreas em que atuo desde 2014. Durante esse tempo, tenho me dedicado a explorar e entender as últimas inovações tecnológicas, com o objetivo de compartilhar insights e conhecimentos que ajudem meus leitores a se manterem atualizados e bem-informados. Acredito no poder da tecnologia para transformar o futuro, e meu blog é um espaço onde discuto as tendências mais recentes e como elas impactam o mundo ao nosso redor.

    Artigos: 73

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